Cenários para a análise das tecnologias

Análise das tecnologias

Edith Litwin publicou na Revista Pátio Nº 44 (2007 - 2008) um artigo em que apresenta 4º cenários para a análise das tecnologias na educação

Apresentamos aqui um versão reduzida das principais idéias da autora sobre cada um dos cenários. Em qualquer deles deverá ser recohecida a necessidade de uma articulação entre a tríade formada pelo docente, pelos alunos e pelo conteúdo. O texto inicial foi adaptado para fins didáticos.


O CENÁRIO DA AJUDA

Nas primeiras práticas que incluíram as tecnologias nas salas de aula, os(as) docentes entendiam que a utilização destas lhes proporcionava ajuda diante das difíceis questões da compreensão e das difíceis questões de ensino, ajuda que se manifestava também no fato de que as tecnologias solucionavam um problema com-plexo: como reter o interesse dos alunos. A tecnologia, nesses casos, parecia funcionar como um talismã para garantir o êxito da aprendiza¬gem dos alunos. Esse cenário geralmente é recriado a cada inovação tecnológica, visto que as crenças em torno dos efeitos de seu uso ressurgem toda vez que aparece uma nova tecnologia.


O CENÁRIO OTIMISTA

O segundo cenário, que revela os usos e as idéias dos docentes no momento de utilizar as tecnologias, con-figura-se como otimista. Era construído a partir do reconhecimento do valor dos meios de comunicação de massa para a introdução dos temas, fossem ou não curriculares. Em síntese, trata-se de um cenário em que se reconhece e se valoriza o poder das mídias de massa, vistas como colaboradoras do professor, na medida em que favorecem a cognição.


O CENÁRIO DA PRODUÇÃO

O terceiro cenário está centrado no valor de produzir conteúdo para as mídias. O propósito é criar mensagens e propostas inovadoras, visto que, na maioria dos casos, a inovação fica muito restrita à utilização de uma mídia no ensino. Assim, tratou-se de idealizar e produzir vídeos, de implementar propostas com uso do rádio, de desen¬volver programas de jornalistas nas salas de aula nos diferentes níveis do ensino, de criar jornais em papel e em suporte digital, etc.


O CENÁRIO PROBLEMATIZADOR

Na cultura multimídia, as linguagens audiovisuais mostram um mundo fragmentado e veloz que desata novos traços cognitivos: pensamento atomizado, não-relacional, não-explicativo, não-argumentativo, sem hierarquia semântica; traços cognitivos totalmente opostos aos que a educação sistemática pretende desenvolver em qualquer nível do ensino. Eles são também dilemáticos: cenários em que as crianças e os jovens manejam as novas tecnologias melhor do que muitos de seus docentes, especialmente nos níveis inferiores do ensino, e a possibilidade de recorrer a um imenso caudal de informações ao alcance dos usuários, mas em que é preciso estabelecer critérios de validação constante para que isso seja possível.



Postado em 5 de novembro de 2010 por João José Saraiva da Fonseca

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