A construção do conhecimento na visão de Paulo Freire

Para Paulo Freire a construção do conhecimento pelo sujeito tem por base as dimensões políticas, economicas, sociais e culturais do espaço onde ele vive. Para o autor a construção do conhecimento deve se basear num diálogo multipolar permanete entre todos os intervenientes no processo de ensino e aprendizagem, quer eles estejam dentro ou fora do espaço físico escolar. Freire reforça que a construção do conhecimento acontece a todo o momento no seio de mundo e envolve variáveis que vão além cognitivo, envolvendo o sensitivo, o motor, o estético, o intuitivo e o emocional, etc. O sujeito, a comunidade e o "mundo" têm um papel fundamental na construção do conhecimento individual e coletivo.

Para Paulo Freire a construção do conhecimento pelo sujeito tem por base as dimensões políticas, economicas, sociais e culturais do espaço onde ele vive. Para o autor a construção do conhecimento deve se basear num diálogo multipolar permanete entre todos os intervenientes no processo de ensino e aprendizagem, quer eles estejam dentro ou fora do espaço físico escolar. Freire reforça que a construção do conhecimento acontece a todo o momento no seio de mundo e envolve variáveis que vão além cognitivo, envolvendo o sensitivo, o motor, o estético, o intuitivo e o emocional, etc. O sujeito, a comunidade e o "mundo" têm um papel fundamental na construção do conhecimento individual e coletivo.

A propósito das idéias de Paulo Freire sobre a construção do conhecimento, proponho a leitura de um trecho de um texto de Ângela Antunes na Revista Pátio - Editora Artmed - Ano VIII Nº 32 (Novembro 2004 - Janeiro 2005), número dedicado à temática da Aprendizagem para todos. No texto ela refere que Paulo Freire afirma:

"Antes de tornar-me um cidadão do mundo, fui e sou um cidadão do Recife, a que cheguei a partir de meu quintal, no bairro da Casa Amarela. Quanto mais enraizado na minha localidade, tanto mais possibilidades tenho de me espraiar, me mundializar. Ninguém se torna local a partir do universal" (Freire, 1995, p. 25).

A autora continua:

No processo de construção do conhecimento, parte sempre de temas relacionados ao contexto do educando e da compreensão inicial que este tem do problema, para, através de um processo dialógico, da relação entre educandos e educadores, ir ampliando a compreensão dos alunos, construindo e reconstruindo novos conhecimentos.

Recorre de novo a Paulo Freire para esclarecer que:

"O respeito, então, ao saber popular implica necessariamente o respeito ao contexto cultural. A localidade dos educandos é o pondo de partida para o conhecimento que eles vão criando do mundo. ‘Seu’ mundo, em última análise é a primeira e inevitável face do mundo mesmo (...). Nunca, porém, eu disse que o programa a ser elaborado (...) deveria ficar absolutamente adstrito à realidade local" (Freire, 1992, p. 86-87).

Para Ângela Antunes:

O diálogo torna-se condição para o conhecimento. O ato de conhecer ocorre em um processo social e é o diálogo o mediador desse processo. Transmitir ou receber informações não caracterizam o ato de conhecer. Conhecer é apreender o mundo e essa não é uma tarefa solitária. Ninguém conhece sozinho. O processo educativo deve desafiar o educando a penetrar em níveis cada vez mais profundos e abrangentes do saber. Nisso se constitui uma das principais funções do diálogo. Este se inicia quando o educador busca a temática significativa dos educandos, procurando conhecer o nível de percepção deles em relação ao mundo vivido.
A educação, em uma perspectiva libertadora, exige a dialogicidade, ou seja, a leitura do mundo coletiva. É a partir dela, do conhecimento do nível de percepção dos educandos, de sua visão do mundo, que Freire considera possível organizar um conteúdo libertador. A realidade imediata vai sendo inserida em totalidades mais abrangentes, revelando ao educando que a realidade local, existencial, possui relações com outras dimensões: regionais, nacionais, continentais, planetária e em diversas perspectivas: social, política, econômica que se interpenetram.

Bibliografia de Paulo Freire utilizada pela autora nos extratos citados:

FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’Água, 1995.
__________. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Texto original de João José Saraiva da Fonseca

Palavras chave:
#PauloFreire #construçãodoconhecimento #diálogo #educaçãolibertadora
Postado por João José Saraiva da Fonseca em 23 de fevereiro de 2009

Comentários

sandra regina disse…
Prof. Dr. José Fonseca, parabens pela escolha deste texto, sou profa. de Sociologia Educacional e as idéias aqui colocadas permitem a realização de uma reflexão sobre a linha da Pedagogia da Libertação no Brasil e na Amárica Latina.
Anônimo disse…
Muito bom o texto para refletir sobre a prática dialógica na escola. Parabéns professor.

Eliete

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