Algumas referências sobre métodos de ensino

Aprendizagem baseada em problemas


O método PBL (Problem Based Learning - Aprendizagem Baseada em Problemas), trabalha com grupos compostos de um tutor e 8 a 10 alunos.

O método é constituido por sete passos:

* Leitura do problema proposto para o desenvolvimento dos estudos sobre um tema específico do currículo, identificação e esclarecimento de termos desconhecidos. O objetivo do problema é suscitar uma discussão produtiva do grupo;

* Identificação dos problemas propostos pelo enunciado. Um bom problema deve ter as seguintes qualidades: apresentar uma descrição neutra do fenômeno para o qual se deseja uma explicação no grupo tutorial; ser formulado em termos concretos; ser conciso; ser isento de distrações; dirigir o aprendizado a um número limitado de itens; dirigir apenas a itens que possam ter alguma explicação baseada no conhecimento prévio dos alunos; exigir não mais que em torno de 16 horas de estudo independente dos alunos para que seja completamente entendido de um ponto de vista científico;

* Formulação de hipóteses explicativas para os problemas identificados no passo anterior (os alunos se utilizam nesta fase dos conhecimentos de que dispõem sobre o assunto);

* Resumo das hipóteses;

* Formulação dos objetivos de aprendizado ( trata-se da identificação do que o aluno deverá estudar para aprofundar os conhecimentos incompletos formulados nas hipóteses explicativas). Ao fim da discussão do problema, os alunos devem eleger objetivos de estudo que permitam o aprofundamento de seus conhecimentos sobre o tema gerador do problema .

* Estudo individual dos assuntos levantados nos objetivos de aprendizado;

* Retorno ao grupo tutorial para rediscussão do problema frente aos novos conhecimentos adquiridos na fase de estudo anterior.

A metodologia preconiza o desenvolvimento de novos papeis pelos professores, que atuam principalmente como facilitador do trabalho dos grupos de alunos, orientando-os para que construam o próprio conhecimento de modo cooperativo.

Metodologia da problematização

A Metodologia da problematização é utilizada em situações em que os temas estejam relacionados com a vida em sociedade. Baseia-se em cinco etapas que se desenvolvem a partir da realidade ou um recorte da realidade:

* Observação da Realidade social, concreta, pelos alunos, a partir de um tema ou unidade de estudo. Os alunos são orientados pelo professor a olhar atentamente e registrar sistematizadamente o que perceberem sobre a parcela da realidade em que aquele tema está sendo vivido ou acontecendo, podendo para isso serem dirigidos por questões gerais que ajudem a focalizar e não fugir do tema.


Tal observação permitirá aos alunos identificar dificuldades, carências, discrepâncias, de várias ordens, que serão transformadas em problemas, ou seja, serão problematizadas. Poderá ser eleito um desses problemas para todo o grupo estudar ou então vários deles, distribuídos um para cada pequeno grupo.


As discussões entre os componentes do grupo e com o professor ajudarão na redação do problema, como uma síntese desta etapa e que passará a ser a referência para todas as outras etapas do estudo.


* Na identificação dos pontos-chave, na qual os alunos são levados a refletir primeiramente sobre as possíveis causas da existência do problema em estudo. Por que será que esse problema existe? A partir daí com as informações que dispõem, passam a perceber que os problemas de ordem social (os da educação, da atenção à saúde, da cultura, das relações sociais etc.) são complexos e geralmente multideterminados. Continuando as reflexões, deverão se perguntar sobre os possíveis determinantes maiores do problema, que abrangem as próprias causas já identificadas. Os percebem desse modo que existem variáveis menos diretas, menos evidentes, mais distantes, mas que interferem na existência daquele problema em estudo.


Tal complexidade sugere um estudo mais atento, mais criterioso, mais crítico e mais abrangente do problema, em busca de sua solução. A partir dessa análise reflexiva, os alunos são estimulados a uma nova síntese: a da elaboração dos pontos essenciais que deverão ser estudados sobre o problema, para compreendê-lo mais profundamente e encontrar formas de interferir na realidade para solucioná-lo ou desencadear passos nessa direção. Podem ser listados alguns tópicos a estudar, perguntas a responder ou outras formas. São esses pontos-chaves que serão desenvolvidos na próxima etapa.


* Na teorização os alunos buscam as informações que necessitam sobre o problema, onde quer que elas se encontrem, dentro de cada ponto-chave já definido. Vão à biblioteca buscar livros, revistas especializadas, pesquisas já realizadas, jornais, atas de congressos etc.; vão consultar especialistas sobre o assunto; vão observar o fenômeno ocorrendo; aplicam questionários para obter informações de várias ordens (quantitativas ou qualitativas); assistem palestras e aulas quando oportunas etc..

As informações obtidas são tratadas, analisadas e avaliadas quanto a suas contribuições para resolver o problema. Tudo isto é registrado, possibilitando algumas conclusões, que permitirão o desenvolvimento da etapa seguinte.


* A formulação de hipóteses de solução ocorre após o estudo, como fruto da compreensão profunda que se obteve sobre o problema, investigando-o de todos os ângulos possíveis. Permitirá a fornecer elementos para os alunos, crítica e criativamente, elaborarem as possíveis soluções. O que precisa acontecer para que o problema seja solucionado? O que precisa ser providenciado? O que pode realmente ser feito?


* A Aplicação à Realidade (prática) ultrapassa o exercício intelectual . As decisões tomadas deverão ser executadas ou encaminhadas. Nesse momento, o componente social e político está mais presente. A prática que corresponde a esta etapa implica num compromisso dos alunos com o seu meio. Do meio observaram os problemas e para o meio levarão uma resposta de seus estudos, visando transformá-lo em algum grau.


Conheça mais sobre o PBL






Metodologia vivencial


A Aprendizagem vivencial ocorre quando o aluno se envolve numa atividade e a analisa criticamente. A partir dessa análise extrai algum insight útil e aplica suas conclusões. Ao longo de nossas vidas fizemos isso muitas vezes e aprendemos refletindo sobre nossa experiência ou sobre a experiência dos outros. Este processo é vivenciado espontaneamente na vida normal de qualquer pessoa.

Baseada no Ciclo de Aprendizagem Vivencial, propõe uma constante sistematização da interação entre ação e reflexão, experiências passadas e atuais num processo de permanente feed-back.

1ª Etapa: Vivência/Atividade (inicia o processo: produção simulada, problemas simulados, exercícios estruturados, dramatizações, desenhos animados não-verbais, etc.);

2ª Etapa: Relato (compartilhamento das reações e das observações geradas durante a vivência);

3ª Etapa: Processamento (discussão sobre os resultados obtidos com a vivência e descoberta de padrões gerais e tendências);

4ª Etapa: Generalização (salto interferencial para a realidade do dia-a-dia);

5ª Etapa: Aplicação (mudança planejada, contratos de mudança, planos de ação sobre comportamentos)

A metodologia vivencial envolve o participante no processo de aprendizagem através de sua participação efetiva na construção do conhecimento e prática de atitudes, utilizando principalmente quatro canais de aprendizado:
Cognitivo: envolvimento intelectual para a compreensão e solução das situações propostas. Após cada atividade, também são estimuladas discussões sobre o processo vivido e feitas relações deste processo com o dia-a-dia da organização. Todas estas discussões são amarradas através de modernos conceitos de gestão, que oportunizam a assimilação de novos conhecimentos.

Emocional: Como é sabido, a ausência do componente emocional no processo de aprendizagem gera pouca e perene assimilação de conceitos. Como o aprendiz está envolvido num ambiente inusitado e, sendo estimulado a superar desafios, o aprendizado se dá de forma consistente e marcante.

Psicomotor: No treinamento experiencial, os participantes têm que, não apenas achar soluções aos problemas propostos, mas também pôr em prática as idéias que surgirem, o que constitui um ótimo exercício de “atitudes”.

Social: a geração de novos conhecimentos tem um crescimento exponencial quando são compartilhadas diferentes visões e percepções. Esta troca é estimulada permanentemente nesta metodologia, uma vez que todas as atividades e discussões demandam o envolvimento de todos os participantes.

O construtivismo



O construtivismo é uma concepção ou uma teoria pedagógica que privilegia a noção de “construção” de conhecimento, efetuada mediante interações entre sujeito (aquele que conhece) e objeto (sua fonte de conhecimento).

Por entender tal construção como gênese, elaboração ou equilibração contínuos, a propostas teórica valoriza ainda as noções de atividade do sujeito em suas relações com o “meio de conhecimento”, de conflito cognitivo, de compreensão de erros e defasagens como hipóteses ou momentos construtivos da aquisição de conhecimentos.

De acordo com os pressupostos construtivistas o conhecimento e a inteligência vão se desenvolvendo passo a passo, como em um processo de construção. Não é um procedimento apenas assimilativo e repetitivo de retina. A criança, no construtivismo, capta informações dos meios físico, social e cultural e é instigada a participar ativamente.

Propõe que aluno construa o seu próprio conhecimento baseado em experiências vividas, relacionadas à realidade que nunca se apresenta dividida em compartimentos estanques, como geralmente as matérias do currículo tradicional.

A base do construtivismo diz que a criança é um ser responsável por construir a própria cultura e opinião. O instigar o aluno a expressar e a defender pontos de vista é um processo que não acaba nunca.


Escrito por João José Saraiva da Fonseca

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 23 de fevereiro de 2009

Comentários

Postagens mais visitadas

O que é Planejamento Participativo?

A PRÁTICA EDUCATIVA

A relação da Escola com a Comunidade: uma análise do partenariado necessário.

A construção do conhecimento na visão de Paulo Freire

Mapas conceituais