Diálogo sobre raça
Nesta postagem apresento dois textos e um video sobre um estudo que psicólogos americanos, fizeram sobre a raça.
Mais importante do que ser... é nós estarmos "programados" para estarmos convencidos que somos...
Se a pesquisa fosse realizada no Brasil, o resultado seria substancialmente diferente?
Texto 1 -
O que realmente importa
Você poderia me mostrar qual das duas bonecas é a mais feia? Sem hesitar, a garota afro-americana aponta a boneca negra como a mais feia. E por que ela é feia? Porque ela é negra. E por que a outra boneca é mais bonita? Porque ela é branca. Este diálogo faz parte de um teste baseado nos estudos do psicólogo americano Kenneth Clark que, em 1954, ajudou a Suprema Corte dos Estados Unidos a proibir a segregação racial nas escolas públicas. No teste, crianças afro-americanas precisavam escolher entre duas bonecas, uma branca e outra negra, a "mais bonita". Os resultados provaram que a segregação racial destruía a auto-estima de crianças afro-americanas.
Mais de 50 anos depois, em 2006, a estudante americana Kiri Davis, de apenas 17 anos, refez o teste e, pasmem, os resultados foram os mesmos.
Ela entrevistou 21 crianças afro-americanas do Harlem Day Care Center e 15 afirmaram preferir a boneca branca. O documentário, intitulado A Girl Like Me, foi muito comentado nos Estados Unidos e questionou o papel da mídia, ou seja, como as propagandas ainda atrelam o "bonito" e "perfeito" a características como pele branca, olhos claros, magreza. Isso me faz pensar que é essa imagem que, inevitavelmente, serve de parâmetro para os nossos filhos julgarem o que é bonito e feio, levando-os a questionarem, inclusive, a própria imagem.
Acredito que não está em questão apenas a cor da pele, mas também o que caracteriza diferentes etnias como estatura, cor ou formato dos olhos, cabelos, peso, enfim, tudo o que reunido em uma pessoa a faz ser única!
Está além do nosso poder mudar as propagandas do mundo inteiro, mas é possível, como mãe, fortalecer a auto-estima dos nossos filhos e ajudá-los a valorizar o que eles têm! Vejo isso como um grande desafio para qualquer mãe ou pai. Afinal, se fosse fácil lidar com essa questão não haveria tantos casos de adolescentes anoréxicas, que adoecem seus corpos em busca de uma imagem que não existe... Meu filho é descendente de japoneses, índios americanos e suiços alemães. Uma mistura que lhe deu traços muito diferentes... Um nariz baixinho, olhos puxados... cabelos avermelhados. Enfim, nada convencional ou de capa de revista... Mas é exatamente essa diferença que o torna, aos meus olhos, bonito e especial. Muito mais que sua aparência física, o que realmente importará será o seu caráter e a sua capacidade de não julgar as pessoas apenas pela aparência, ou ainda, desmerecer as próprias qualidades em função de características físicas.
Fonte: http://www.desabafodemae.com.br/
Texto 2 -
Estrato da obra História a Psicologia moderna de C. James Goodwin publicado pela Cultrix
Video -
Extrato da emissão proposta em 11 de abril de 2008 Brian Williams no canal de televisão MSNBC designada “A conversation about race”, que retoma o estudo de Kenneth Clark’s
Fotografia tiradas durante o estudo inicial de Kenneth Clark nos anos 40.
NOTA: Esta postagem foi feita com base no vídeo postado por Marili Lopes na lista de discussão EADBA
Leia também aqui duas apresentações que fiz subordinadas à temática da utilização do vídeo e áudio na educação, tendo como tema transversal o racismo e a violência contra a mulher e o sexismo.
Postado por João José Saraiva da Fonseca em 01 de fevereiro de 2009.
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