Mudanças na formação cultural da sociedade

) Conceito de Cultura para Adam Schaff expresso no livro “A Sociedade Informática” –


Cultura: totalidade dos produtos materiais e espirituais do homem em um período determinado e em uma determinada nação (cultura nacional), ou, no sentido mais amplo, abarcando a totalidade do gênero humano (cultural universal), ou enfim no sentido de uma parte isolada da humanidade em escala supranacional (neste último caso o critério pode ser territorial, mas pode também basear-se em uma comunidade de língua, religião, etc.)


2) Mudanças na formação da cultura na sociedade da informática

De acordo com Adam Schaff em “A Sociedade Informática”: “Na sociedade da informática a sociedade dará um grande passo no sentido da materialização do velho ideal do homem universal em dois sentidos: formação global (fuga da especialização unilateral) e libertação do enclausuramento numa cultura nacional”.


Por outro lado, Castells, citando Bruce Mazlish afirma que, as “ferramentas e máquinas são inseparáveis da evolução da natureza humana. O desenvolvimento das máquinas, culminando com o computador, mostra-nos, de forma inevitável, que as mesmas teorias úteis na explicação do funcionamento de dispositivos mecânicos também têm utilidade no entendimento do animal humano – vice-versa, pois a compreensão do cérebro humana elucida a natureza da inteligência artificial.”



3) Influências da sociedade da informática sobre o desenvolvimento da cultura


Para Adam Schaff: “Com a sociedade da informática novas técnicas de transmissão de informações (meios de comunicação de massa, computador) permitem a difusão da cultura, contudo essa difusão levanta questões ao nível da relação entre a cultural nacional (patriotismo) e supranacional (cosmopolitismo) e conduz à difusão de novos modelos de personalidade e de um novo caráter social dos homens (estereótipos), de forma muitas vezes determinados por fatores que estão além de sua consciência, ainda que estes fatores sejam inerentes à sua personalidade e à sua mentalidade e, sobretudo, a seu caráter social”.



Para Manuel Castells em "Era da informação" sob o paradigma informacional, emerge uma nova cultura onde as expressões e a criatividade humanas são padronizadas e (hiper) ligadas em um hipertexto eletrônico global que modifica substancialmente as formas sociais de espaço e tempo: do espaço dos lugares ao espaço dos fluxos, do tempo marcado pelo relógio ao "tempo intemporal" das redes. Esse hipertexto eletrônico, sintetizado pela Internet2, torna-se o marco de referência comum para o processamento simbólico de todas as fontes e de todas a mensagens. É por isso que esse hipertexto constitui a coluna vertebral da nova cultura, a cultura da virtualidade real, na qual a virtualidade torna-se o componente fundamental de nosso ambiente simbólico e, por isso também, da nossa experiência como seres comunicacionais. A virtualidade é nossa realidade, afirma Castells, porque vivemos em um sistema no qual a própria realidade (a existência material/simbólica das pessoas) está totalmente imersa num ambiente de imagem virtual, num mundo simulado no qual os símbolos não são apenas metáforas mas incluem a experiência real. Nesse ambiente, os valores dominantes e os interesses são construídos sem referência ao passado ou ao futuro, mas na intemporal paisagem das redes de computadores e dos mídia eletrônicos.


4) “A tecnologia não é boa, nem ruim e também não é neutra” - Citação de Melvin Kranzberg no livro “A Era da Informação” de Manuel Castells



Escrito por João José Saraiva da Fonseca

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 23 de fevereiro de 2009

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