Relação idéias de Comenius e atuais propostas educacionais



As idéias de Comenius

As idéias de Comenius estão presentes em atuais propostas educacionais. Conhecer essa relação é fundamental para o futuro pedagogo.

O texto aborda a relação entre as ideias do filósofo e pedagogo Jan Amos Comenius, do século XVII, e as atuais propostas educacionais. 

Comenius defendia que a educação deveria ser universal, gratuita, para ambos os sexos e centrada no aluno. Além disso, ele propunha o uso de imagens e ilustrações para tornar o aprendizado mais fácil e agradável. 

Atualmente, a educação também busca ser inclusiva, com o objetivo de atender a todas as necessidades dos alunos, e utiliza recursos tecnológicos para tornar o ensino mais dinâmico. 

No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a falta de investimento na educação e a desigualdade no acesso à educação de qualidade.

A relação entre as ideias do filósofo e pedagogo Jan Amos Comenius

Comenius proponha: 
• respeito dos estágios de desenvolvimento do aluno; 
• construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação; 
• diálogo; 
• não punição;
• ambientes adequado ao estudo da criança e ao seu desenvolvimento (arejado, atraente, com espaços livres); 
• interdisciplinaridade; 
• afetividade; 
• integração entre a escola e a família;
• desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico; 
• formação do homem integral (envolvendo a vertente religiosa, social, político, racional, afetivo e moral)

Para o autor a educação se processará mais facilmente quando:
• Começa cedo, antes da corrupção das inteligências. 
• Trabalha das coisas gerais para as coisas particulares. 
• Trabalha das coisas mais fáceis para as mais difíceis. 
• Respeita o que o aluno pode realizar de acordo com a sua vontade e segundo a idade. 
• Insere o que é ensina nos sentidos. 
• Enquadra o que se estuda na utilidade imediata. 
• utiliza vários métodos. •
 respeita o tempo do educando. 
• respeita o desenvolvimento do aluno. 
• respeita a vontade do aluno. 
• desenvolve os sentidos e faculdades dos alunos como um todo, não privilegiando apenas a razão.

Para Comenius a educação não se resume a ensinar alguns conceitos. A educação é considerada como um processo ao longo de toda a vida, e ao mesmo tempo uma maneira de reorganizar a sociedade e reconstruir a sociedade. 

Comenius afirma que nas escolas se deve ensinar tudo a todos. Isto não quer dizer que se exija a todos o conhecimento de todas as ciências e de todas as artes. Pretende-se simplesmente que se ensine a todos a conhecer os fundamentos, as razões e os objetivos de todas as coisas principais, das que existem na natureza e das que os homens fabricam. Ele afirma que não fomos colocados no mundo só para sermos espectadores, mas também atores.

No que diz à educação de crianças com necessidades educativas especiais, o autor refere que não deve ser obstáculo o fato de vermos que alguns são rudes e estúpidos por natureza. Quanto mais alguém é de natureza lenta e rude, tanto mais necessidade tem de ser ajudado para que, na medida do possível, se liberte da sua debilidade e estupidez brutal. Não será possível encontrar um espírito tão infeliz que a cultura lhe não possa trazer alguma melhoria.

Comenius não consegue encontrar um motivo válido, pelo qual o sexo fraco deva ser excluído dos estudos Para ele as mulheres são igualmente imagens de Deus e igualmente dotadas de uma mente ágil e capaz de aprender a sabedoria e muitas vezes até mais que o sexo masculino. A elas não deverá ser vedado também o caminho dos ofícios elevados.

Comenius afirma:

"Nosso primeiro desejo é que todos os homens sejam educados plenamente, em sua plena humanidade, não apenas um indivíduo, não alguns poucos, nem mesmo muitos, mas todos os homens, reunidos e individualmente, jovens e velhos, ricos e pobres, de nascimento elevado e humilde, numa palavra, qualquer um cujo destino é ter nascido ser humano, de forma que afinal toda a espécie humana seja educada, homens de todas as idades, todas as condições, de ambos os sexos e de todas as nações. 

Nosso segundo desejo é que todo homem seja educado integralmente, formado corretamente, não num objeto particular ou em alguns objetos ou mesmo em muitos, mas em tudo o que aperfeiçoa a espécie humana; para que ele seja capaz de saber a verdade e não seja iludido pelo que é falso; para amar o bem e não ser seduzido pelo mal; para fazer o que deve ser feito e não permitir o que deve ser evitado; para falar sabiamente sobre tudo, com qualquer um, quando necessário, e não ser estúpido em nenhum assunto e finalmente para lidar com as coisas, com os homens e com Deus, em todos sos sentidos, racionalmente não precipitadamente e assim nunca se afastando da meta da felicidade e educando em todos os aspectos, não para pompa e exibição, mas para a verdade; quer dizer para tornar os homens o mais possível a imagem de Deus, na qual foram criados: verdadeiramente racionais e sábios, verdadeiramente ativos e espirituais, verdadeiramente pios e santos e assim verdadeiramente felizes e abençoados tanto aqui como na eternidade. 

Em suma, para iluminar todos os homens com a verdadeira sabedoria, para ordenarem suas vidas com verdadeiros governos e para uni-los com Deus com a verdadeira religião, de modo que ninguém se equivoque em sua missão neste mundo" Jan Amos Comenius

A partir do “Relatório Delors: Educação um Tesouro Escondido” e das “Sete competências necessários Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” de Edgar Morin apercebemo-nos que as atuais preocupações no âmbito da educação são:

* Educação ao longo de toda a vida

* Aprender a viver juntos, a aprender a viver com os outros

* A educação no coração da sociedade

* As mulheres e as jovens:uma educação para a igualdade

* Ensinar a condição humana

* Cooperação internacional: educar a aldeia global

* Educação para um mundo multicultural


Os quatro pilares da educação:

Aprender a conhecer

Aprender a fazer

Aprender a viver juntos, a aprender a viver com os outros

Aprender a ser

Pertinência do conhecimento

Ensinar a identidade terrena

Enfrentar as incertezas

Ensinar a compreensão

A ética do gênero humano

Libertar a águia que há em nós

“Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados de seu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação, e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinadas aos limites do terreiro. Este livro sugere caminhos, mostra uma direção e projeta um sonho promissor.”

Águia e a galinha - Leonardo Boff

Escrito por João José Saraiva da Fonseca

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 23 de fevereiro de 2009

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