Do grunhido ao satélite

Bordenave o que é comunicação

Resumo do texto 

Como surgiu a comunicação humana?

 Essa é uma questão que ainda não temos uma resposta precisa. 

Alguns acreditam que os primeiros sons usados para criar uma linguagem eram imitações dos sons da natureza, enquanto outros pensam que os sons humanos vinham de exclamações espontâneas.

Nada impede que o homem primitivo usasse sons produzidos pelas mãos e pés, e não só pela boca. 

Como a linguagem evoluiu para incluir gramática e diferentes modos de uso?

 E ainda há espaço para crescer e alcançar as estrelas?


Texto completo 

Assim como cresce e se desenvolve uma grande árvore, a comunicação evoluiu de uma pequena semente – a associação inicial entre um signo e um objeto – para formar linguagens e inventar meios que vencessem o tempo e a distância, ramificando-se em sistemas e instituições até cobrir o mundo com seus ramos. E não contente em cobrir o mundo, a grande árvore já começou a lançar seus brotos à procura das estrelas.

A comunicação humana tem um começo bastante nebuloso. Realmente não sabemos como foi que os homens primitivos começaram a se comunicar entre si, se por gritos ou grunhidos, como fazem os animais, ou se por gestos, ou ainda por combinações de gritos, grunhidos e gestos.

Durante bastante tempo discutiu-se a origem da fala humana. Alguns afirmavam que os primeiros sons usados para criar uma linguagem eram imitações dos sons da natureza: o cantar do pássaro, o latido do cachorro, a queda-d’água, o trovão. Outros afirmavam que os sons humanos vinham de exclamações espontâneas com o “ai” da pessoa ferida, o “ah” de admiração, o “grr” de fúria.

Nada impede que se pense também que o homem primitivo usasse sons produzidos pelas mãos e pés, e não só pela boca. Poderia ainda ter produzido sons por meio de objetos, como pedras ou troncos ocos.

Outra grande invenção foi a gramática, isto é, o conjunto de regras para relacionar os signos entre si. As regras de combinação são necessárias pela seguinte razão: se o homem possui um repertório de signos, teoricamente poderia combina-los de infinitos modos. Se cada pessoa combinasse seus signos a seu modo, seria muito difícil comunicar-se com os outros. Graças à gramática, o significado já não depende só dos signos mas também da estrutura de sua apresentação. É por isso que não é a mesma coisa dizer: “Um urso matou meu pai”, que dizer: “Meu pai matou um urso”.

De posse de repertórios de signos, e de regras para combina-los, o homem criou a linguagem.

Eventualmente os homens aprenderam a distinguir modo diversos de usar a linguagem: modo indicativo, declarativo, interrogativo, imperativo, traduzindo as diferentes intenções dos interlocutores.

Compreendeu-se que, na linguagem, algumas palavras tinham a função de indicar ação, outras de nomear as coisas, outra de descrever qualidades ou estados das coisas etc. Evidentemente, quando criaram a linguagem, os homens primitivos não imaginavam que estas funções algum dia receberiam os nomes de verbo, substantivo, adjetivo, advérbio etc.

BORDENAVE, Juan E. Diaz, O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1983. p.23-5

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 23 de fevereiro de 2009

Comentários

Unknown disse…
Parabéns pela postagem adoro ler sobre linguagem, ela impregna nossos pensamentos, é intermediaria em nossos relacionamentos com os outros, e se insinua até em nossos sonhos, por isso nem mesmo os linguisticas podem afirmar compreendê-la totalmente.

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