Oficina de pesquisa na Internet

Esta oficina de "Pesquisa na Internet" foi proposta no portal EDUCAREDE e é aqui apresentada numa versão com algumas adaptações realizadas por mim.





Oficina de Pesquisa na Internet


Identificar e selecionar informações disponíveis na Internet é uma das habilidades necessárias para aproveitar o que a rede tem a oferecer. Transformar essas informações em conhecimento faz parte deste processo. Para ajudar educadores no desenvolvimento destas habilidades e como ensiná-las, o EducaRede elaborou uma oficina que pode ser aplicada por quem já sabe pesquisar para ensinar quem quer aprender. Antes de realizá-la, sugerimos a leitura do texto abaixo.


Pesquisar para conhecer

Acessar o conhecimento é condição para compreendermos a sociedade em que estamos e condição de cidadania. Os conteúdos culturais, científicos, tecnológicos e históricos presentes nas relações sociais, afetivas e comunicacionais podem ser acessados por qualquer pessoa, na medida em que lhes permitam alguma significação.
"Conhecimento não se reduz a informação. Esta é um primeiro estágio daquele. Conhecer implica em um segundo estágio, o de trabalhar com as informações classificando-as, analisando- as e contextualizando-as... Esse trabalho de selecionar, analisar, contextualizar as informações, discutir suas fontes, suas implicações é tarefa da escola. Assim, na escola os professores vão ajudando os alunos a construírem os conhecimentos, o que envolve avançar para os níveis mais elevados da simples informação e para os níveis mais complexos do decidir. Decidir as finalidades, a direção de sentido que os alunos vão imprimir ao conhecimento de que se apossam, a utilizá-los com sabedoria." (Selma Garrido Pimenta, Projeto pedagógico e identidade da escola – transcrição de palestra proferida em encontro de educadores, Taubaté/SP, 1998).


Na Internet, milhares de informações estão disponíveis, mas o que dá sentido a uma informação acessada é a clareza de por que e para que a buscamos. Pesquisar na Internet nos permite exercitar a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito, mas contextualizar, analisar e classificar essas informações é o que nos garante o acesso ao conhecimento. Para isso, é necessária a mediação do professor.
Enciclopédias, dicionários, livros, websites, bancos de imagens, animações, vídeos... São tantas as informações disponíveis na Internet, em variados formatos e fontes, que não é difícil nos perdermos entre as múltiplas janelas abertas do navegador, em uma espécie de labirinto digital.
Os novos modos de acessar e ler textos em enorme quantidade e codificados em diferentes linguagens tornam-se um grande desafio. Como chegar a algum lugar nesse labirinto? Como estabelecer unidade nesse universo de conexões? Como se apropriar de conhecimento nesse mar de informações?
Para que a pesquisa na Internet faça parte do processo de apropriação do conhecimento pelo aluno, evitando-se o famoso “copiar e colar”, é importante adotar uma metodologia focada no desenvolvimento de habilidades para identificar e selecionar informações relevantes. Essas habilidades envolvem diversos recursos cognitivos, tais como o levantamento de hipóteses, a análise, a comparação e a síntese, e pressupõem a leitura de textos não-lineares, como os hipertextos, e a alfabetização nos códigos das linguagens do ambiente hipermídia.


Desse modo, o leitor acessa conteúdos produzidos por outras pessoas, porém criando a própria rota, um caminho que produzirá sentidos de acordo com a navegação individual. Os links normalmente são planejados de modo a proporcionar ao leitor autonomia na escolha de direções dentro de caminhos inicialmente previstos pelos autores daquele site ou documento. Além de ligarem trechos de um texto ou partes de um mesmo site, eles podem fazer a ponte entre vários sites.
Nos processos de ensino e aprendizagem, do ponto de vista individual, links e hipertextos possibilitam que o aluno tenha a liberdade de caminhar em sua pesquisa de acordo com seu interesse e seu rítmo. Do ponto de vista coletivo, é enriquecedor que o trabalho do grupo seja complementado pelos percursos individuais e diferenciados de cada aluno.


Texto original adaptado por João José Saraiva da Fonseca


Momento Inicial: (1h30)

• Apresentação dos participantes• Apresentação dos materiais• Cadastro dos participantes no Portal• Análise dos recursos e circunstâncias com o grupo• Escolha do tema de aprofundamento

Objetivos:• Refletir sobre o uso da Internet na pesquisa de conteúdos;• Explorar as possibilidades de pesquisa no portal EducaRede.


Estratégia:• Utilizar o formulário de busca, abaixo, para realizar uma “pesquisa orientada” na Internet.


Formulário de busca orientada
Nome:
Tema da busca:
Frase de busca:
Registro de percurso
Site pesquisado (url completa)
Relevância (alta/baixa)
Obs. (descreva como procedeu, o que encontrou e as curiosidades observadas)
1 -
2 -
3 -
4 -
5 -
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -

Conclusões



Material necessário:

• Sala de Informática com computadores com acesso à Internet;• Formulário de busca.


Atividades:

Atividades iniciais: (30 minutos)


• Apresentar o facilitador e o roteiro da oficina específica de Pesquisa;• Apresentação breve dos participantes: nome, disciplina que leciona, tempo de magistério, experiência com o uso dos computadores e da Internet;• Iniciar a atividade propondo uma breve discussão sobre o que se entende por “pesquisa na Internet”, apontando as dificuldades mais comuns dos alunos e dos professores diante de um universo gigantesco de possibilidades de informações desorganizadas e incertas, destacandoimportância de ter:
- Boas referências para pesquisar (sites confiáveis: portais de educação, como o EducaRede, sites de universidades, bibliotecas on-line, etc.);
- Clareza sobre onde se pretende chegar com a pesquisa: o que pesquisar e para quê?
- Uma boa metodologia de busca de informações;
- Uma boa compreensão dos mecanismos de busca (buscadores, diretórios, buscas intrasites etc.).



Colher depoimentos breves sobre a experiência de cada um com as atividades de pesquisa na Internet:
- Discutir a pesquisa na Internet enquanto uma habilidade (complexa) necessária ao professor para garantir que ele saiba como solicitá-la, conduzí-la e avaliá-la ao propor essa atividade aos alunos;
- Discutir o “copy-paste” (copia e cola) e relacionar suas possíveis causas à complexidade da atividade de pesquisa (se é difícil para o professor, imagine como não será para osalunos);
- Enfatizar a “semelhança” entre as pesquisas que podemos fazer na Internet e as pesquisas que fazemos nas bibliotecas (a Internet é apenas uma biblioteca maior, com materiaisde qualidades variadas e facilidade de pesquisa eletrônica).



Atividade de pesquisa: (1h30)


• Distribuir o formulário de busca orientada;• Definir um tema para a pesquisa. Se o grupo de educadores for grande, é recomendável que seja dividido em grupos menores e que cada um se encarregue de definir um tema para si.• Como exemplo, vamos simular uma pesquisa a partir da seguinte situação-problema: “O professor deseja que os alunos façam uma pesquisa sobre o tema Aquecimento Global, na qual fique clara a relação entre o fenômeno e a emissão de CO2 na atmosfera. O resultado da pesquisa deve ser suficiente para que os alunos possam construir um texto resumido sobre o tema que contenha também figuras ilustrativas”.
- Destacar a importância da formulação correta do problema de pesquisa para evitar resultados pouco relacionados aos objetivos propostos;
- Criar a “expressão de busca”: “Aquecimento Global” & “emissão de CO2”.
- Apontar os “meios e ferramentas de busca” e comentar cada um:


* Portais educacionais e departamentos de universidades:

- Prós:
Confiáveis;
Linguagem apropriada;
Material direcionado ao ensino;
Links confiáveis.


- Contras:
Nem todos são gratuitos;
Nem todos são fáceis de pesquisar;
Nem todos possuem subsídios para o assunto pesquisado.



* Sites relacionados ao tema (ONGs, pesquisadores, professores, interessados):


- Prós:
Quase sempre são confiáveis;
Muitos trazem pesquisas sobre o tema;
Links quase sempre confiáveis.


- Contras:
Informações erradas ou deturpadas;
Nem todos são fáceis de pesquisar.


* Diretórios de pesquisa (Yahoo, Google)


- Prós:
Trazem informações categorizadas;
Quase sempre os links são pertinentes;
Quase sempre são confiáveis.


- Contras:
Trazem muitos links;
Nem sempre permitem um refinamento correto da pesquisa;
em sempre estão atualizados (“links quebrados”).



* Buscadores (Google, Yahoo etc.)


- Prós:
Permitem buscas específicas;
São rápidos.



- Contras:
Retornam um número muito grande de referências (links);
Muitas referências retornadas são irrelevantes;
As referências retornadas nem sempre são confiáveis.



Exploração do EducaRede


• Iniciaremos a atividade de pesquisa fazendo uma exploração breve no portal EducaRede e procurando identificar mecanismos úteis de obtenção de informações no próprio Portal. Para isso, começaremos com uma visão geral do Portal a partir dos “canais” (menu da esquerda na página principal).


• Faremos a busca no Portal EducaRede usando seu mecanismo de busca:
- Iniciar pela expressão “Aquecimento global”;
- Mostrar outro exemplo com a expressão de busca “Sala de Informática”;


- Faremos nova busca no site do Greenpeace. Destacaremos agora o caráter “jornalístico” de muitas matérias e a dificuldade de localizar as informações relevantes;
- Faremos nova busca no diretório do Yahoo. Destaque para os “links quebrados” e a não relevância de algumas referências;
- Por último, usaremos o Google. Destaque para a quantidade de itens retornados e a necessidade de se saber “exatamente” o que devemos pesquisar. Sugira o refinamento da busca a expressão entre aspas. Enfim, vamos pesquisar imagens no próprio Google.

Finalização da oficina: (30 minutos)


Roda de discussão sobre o percurso e os resultados da busca.
Quais problemas encontramos? Onde? Por quê?
É necessário ensinar nossos alunos a fazerem buscas na Internet?
Como o professor pode usar as buscas para aprimorar seu próprio conhecimento?
Como o professor deve orientar os trabalhos de pesquisa para que os alunos possam fazer buscas produtivas?

Referências de Internet

Portal EducaRede: http://www.educarede.org.br/
Diretório de busca do Google:
http://www.google.com/dirhp?hl=pt-BR
Diretório de busca do Yahoo:
http://br.yahoo.com/info/diretorio.html
Portal de busca Google:
http://www.google.com.br/
Portal de busca Yahoo:
http://www.yahoo.com.br/
Portal “Busca Educação”:
http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/
Manual Yahoo de busca na Internet (disponível também para download no portal “Busca Educação”):
http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/manual/index.php
Google Acadêmico (ótimo para pesquisas de materiais acadêmicos de interesse para professores):
http://scholar.google.com.br/


Fontes: EducaRede , Timaster , Wikipedia


Como elemento de consulta para a oficina, acescento um vídeo sobre a história da Internet.





Proponho também que assistam ao vídeo, que dá indicações sobre como o professor pode auxiliar o aluno a pesquisar na Internet.








Outro exempo de situação que pode ser explorada na oficina de pesquisa de Internet, é que foi apresentada no jornal The New York Times.




De acordo com o jornal a bibliotecária que se está especializando em multimídia digital, ficou supreendida quando "Um grupo da quinta série se amontoou em torno dos computadores da biblioteca da escola, sob supervisão de Rosalia (biliotecária), e acessou o allaboutexplorers.com, um website que, sem as crianças saberem, foi intencionalmente recheado de fatos falsos. Rosalia, pediu cautela. "Não respondam às perguntas com a primeira informação que encontrarem," ela alertou.

A maioria dos alunos a ignorou. Mas Nozimakon Omonullaeva, 11, notou algo estranho na página sobre Cristóvão Colombo. "Aqui diz que os índios gostaram dos celulares e computadores trazidos por Colombo!" Nozimakon exclamou, apontando para a tela. "Isso está errado."

Foi uma descoberta essencial em uma aula sobre a confiabilidade - ou a falta de - das informações na internet, uma das muitas que Rosalia leciona em seu papel como um novo tipo de bibliotecário escolar".

Texto adaptado por João José Saraiva da Fonseca

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 22 de setembro de 2008 e revisto em 18 e 22 de fevereiro de 2009

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