Desafios para a produção de material didático na EAD: do professor conteúdista ao professor questionador
Como a evolução da tecnologia tem afetado a produção de material didático na educação a distância?
Qual é o papel do professor na curadoria e filtragem de informações fornecidas pela IA em cursos de EAD?
Quais são os desafios enfrentados pelos professores na produção de conteúdo de qualidade para a EAD?
Como a formação de professores para trabalhar em projetos de EAD deve ser adaptada para atender às necessidades dos estudantes no século XXI?
A evolução da tecnologia na educação a distância tem mudado significativamente a forma como o material didático é produzido e entregue aos estudantes.
Antigamente, o material didático chegava em formato de livro impresso, complementado com vídeos em videocassete ou CD-ROM/DVD-ROM.
A produção do livro impresso exigia originalidade por parte de um professor conteudista e toda uma equipe de trabalho, equivalente a uma gráfica.
Com a evolução da interação hipermidiática, surgiu a oportunidade de testar a curadoria digital. Naquele momento, o professor, em grande medida, já era curador dos hiperlinks que selecionava para incluir no material didático.
Foi dado o passo para o professor abandonar o papel de conteudista e assumir o papel de curador, criando uma trilha de aprendizagem em que a conexão do estudante com fontes de informação em diversas linguagens, assumindo o papel de orientar o estudante na leitura da informação por ele selecionada.
Com a chegada da Inteligência Artificial e especialmente do ChatGPT, o papel do professor responsável pelo material didático em cursos de educação a distância sofre mais uma evolução.
De professor curador, passa a professor questionador.
Que questionamentos fazer ao ChatGPT para que os estudantes possam ter acesso à informação realmente necessária?
Como filtrar a informação veiculada pelo ChatGPT para que a informação tenha veracidade?
O professor conteudista escrevia, o professor curador seleciona, o professor com a IA questiona.
O ChatGPT tem a informação.
O professor questiona o ChatGPT para obter informações e, após analisar sua veracidade, as disponibiliza aos estudantes.A luta contra o plágio sempre esteve presente, então não é uma situação que esteja espeficiamente sendo analisada hoje em dia.
A questão crucial é o desafio para o professor fazer as perguntas certas ao ChatGPT e analisar o conteúdo fornecido pela IA.A formação de professores para trabalhar em projetos de EAD deve abandonar a ideia de simplesmente selecionar a informação sobre a qual questionar os estudantes, imitando a proposta tradicional.
Os professores precisam assumir o humilde papel de antecipar as perguntas que os estudantes farão. Eles precisam ter um profundo conhecimento da informação para selecionar o discurso do ChatGPT.
Não se trata de reescrever um documento escrito por outro (no caso do professor conteudista), ou de organizar a trilha de aprendizagem para o estudo de documentos de outros (no caso do professor curador).
O professor questionador terá que ter a coragem de pensar primeiro no estudante e nas informações que o estudante precisa.
Depois, ele deverá questionar o ChatGPT da maneira adequada para que a informação retorne de acordo com a necessidade do estudante e, por fim, analisar essa informação.
Em outras palavras, para continuar produzindo conteúdo de qualidade para a EAD, é preciso abandonar definitivamente a era do professor conteúdista contratado barato para "fazer uma apostila" e selecionar professores questionadores que ofereçam aos estudantes as informações de que eles realmente precisam para uma aprendizagem adequada ao ensino do século XXI.
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