Educação: bem público ou mercadoria
Em 2006 a "Association francophone internationale de recherche scientifique en éducation" (Afirse) publicou a obra: "L’éducation: bien public et/ou marchandise"
No seu resumo pode-se ler, que o processo de mercantilização do ensino superior está particularmente desenvolvido ma América Latina, inclusive mais do que na França. Esta semana foi publicado um artigo, que afirma: Setor de educação mantém tendência de consolidação ... Aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior".
Pelos vistos a questão da educação "Educação: bem público ou mercadoria", podesse vir a ser retomada na América Latina.
Proponho que leiam abaixo os dois documentos.
Resumo da obra
L’éducation : bien public et/ou marchandise
Association francophone internationale de recherche scientifique en éducation (Afirse)
"Cet ouvrage collectif constitue le volume 2005 de L’Année de la recherche en sciences de l’éducation, publication de l’Association francophone internationale de recherche scientifique en éducation (Afirse). Il analyse un phénomène qui prend une place croissante dans le débat public : la marchandisation de l’école. Les négociations au sein de l’Organisation mondiale du commerce (OMC) et les objectifs de la stratégie de Lisbonne de l’Union européenne sont les principaux moteurs de cette marchandisation.
La plupart des contributions portent sur l’enseignement supérieur, tout particulièrement en Amérique latine, où le processus est le plus avancé. Mais l’article de Bernard Charlot montre que, s’il n’existe pas encore de véritable « marché » de l’éducation en France, les politiques mises en œuvre à partir des années 1990 ont introduit les logiques néolibérales dans le système public lui-même. A noter la réflexion de Guy Berger sur le concept de bien public : la formation financée collectivement débouche sur une appropriation individuelle par le diplôme".
Leia o texto traduzido
Artigo publicado pela Agência Estado Investimentos em 21 de janeiro de 2009
Setor de educação mantém tendência de consolidação
Aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior
Rodrigo Petry - AE
O processo de consolidação do setor de educação no Brasil vai continuar em 2009, ainda que num ritmo menor do que nos anos anteriores. A expectativa dos especialistas é de que as aquisições sejam lideradas pelas empresas capitalizadas com a abertura de capital, que devem absorver instituições de menor porte, em situação financeira mais difícil por causa do possível aumento da evasão escolar e inadimplência motivados pelos efeitos esperados da crise, como queda no emprego e na renda.
Segundo relatório da Fator Corretora, as empresas devem reduzir no curto prazo o ímpeto por novas aquisições, mas vão buscar barganhas no médio e longo prazos. No relatório, a corretora avalia que a perspectiva de restrição ao crédito deve ser mais severa para as instituições de ensino pequenas, que passam a ter menos acesso a linhas de crédito para capital de giro.
O levantamento da Fator, atualizado até 5 de dezembro, envolvendo Kroton, Estácio, Anhanguera e SEB - empresas com capital aberto na Bovespa - aponta que as aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior, cursos preparatórios e colégios. O montante de alunos adquiridos por essas companhias, entre presenciais e à distância, atingiu 146,8 mil de estudantes.
Bem posicionadas
Na avaliação da Fator, as empresas listadas na Bovespa estão bem posicionadas para enfrentar os efeitos da crise econômica: estão capitalizadas, com baixa exposição cambial e com um potencial mercado em expansão. No entanto, a expansão do processo de aquisições deve perder força em 2009 na estratégia das companhias, quando comparado ao ano passado, dando maior espaço para o desempenho operacional, em busca da ampliação das margens.
De acordo com o relatório, a Anhanguera deve manter a liderança no processo de consolidação do setor, com um crescimento tanto orgânico quanto via aquisições, mas a concentração no público-alvo de jovens trabalhadores - mais sensíveis à crise - pode comprometer a rentabilidade do investimento.
Para a Estácio, a corretora prevê melhora na geração de caixa com consequência da recente reestruturação, o que poderia compensar a queda na demanda do setor.
O documento destaca que a Kroton, que desde o IPO fez 12 compras, tende a aumentar o número de alunos, em função do processo de maturação das novas aquisições. No entanto, a dificuldade no processo de incorporação dessas novas unidades, menos eficientes, pode ser demorado.
Em relação à SEB, a corretora estima crescimento em todas as área de atuação, que passam do ensino superior à distância, mas ressalta problemas na obtenção de certificação para o oferecimento de novas vagas de ensino superior.
Aquisições
O sócio da área de fusões e aquisições da KPMG Luis Motta, também aposta numa continuidade do processo de absorção de empresas da área, mas com as companhias procurando negociar valores menores nas operações. No ano passado, segundo Motta, o setor de educação teve 53 aquisições, ante 18 negócios de 2007.
O processo de compras deve ser generalizado por todas as regiões do País, levando as instituições a avançarem a Estados onde ainda não atuam, destaca o sócio da KPMG. Ele estima que as aquisições vão atingir empresas de vários valores. Em 2008, as negociações variaram de R$ 200 mil a R$ 259 milhões, no caso da compra de 20% do capital da Estácio Participações pelo Grupo GP Investments.
A diretora-geral para o Brasil da SunGard Higher Education, consultoria em estratégia e soluções de gerenciamento para instituições de ensino superior, Swinda Salazar-Piquemal, ressalta que as maiores dificuldades enfrentadas pelas universidades brasileiras são relacionadas à evasão e à inadimplência. Ela destaca ainda que o crescimento de instituições menores é comprometido pelos altos custos burocráticos e regulamentações governamentais.
Na "TV BLOGando", Jose Luiz Esteves, traçou em abril de 2008 um perfil do que ele designa: "Mercado de Capitais e o Negócio da Educação"
Postado por João José Saraiva da Fonseca em 24 de janeiro de 2009
No seu resumo pode-se ler, que o processo de mercantilização do ensino superior está particularmente desenvolvido ma América Latina, inclusive mais do que na França. Esta semana foi publicado um artigo, que afirma: Setor de educação mantém tendência de consolidação ... Aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior".
Pelos vistos a questão da educação "Educação: bem público ou mercadoria", podesse vir a ser retomada na América Latina.
Proponho que leiam abaixo os dois documentos.
Resumo da obra
L’éducation : bien public et/ou marchandise
Association francophone internationale de recherche scientifique en éducation (Afirse)
"Cet ouvrage collectif constitue le volume 2005 de L’Année de la recherche en sciences de l’éducation, publication de l’Association francophone internationale de recherche scientifique en éducation (Afirse). Il analyse un phénomène qui prend une place croissante dans le débat public : la marchandisation de l’école. Les négociations au sein de l’Organisation mondiale du commerce (OMC) et les objectifs de la stratégie de Lisbonne de l’Union européenne sont les principaux moteurs de cette marchandisation.
La plupart des contributions portent sur l’enseignement supérieur, tout particulièrement en Amérique latine, où le processus est le plus avancé. Mais l’article de Bernard Charlot montre que, s’il n’existe pas encore de véritable « marché » de l’éducation en France, les politiques mises en œuvre à partir des années 1990 ont introduit les logiques néolibérales dans le système public lui-même. A noter la réflexion de Guy Berger sur le concept de bien public : la formation financée collectivement débouche sur une appropriation individuelle par le diplôme".
Leia o texto traduzido
Artigo publicado pela Agência Estado Investimentos em 21 de janeiro de 2009
Setor de educação mantém tendência de consolidação
Aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior
Rodrigo Petry - AE
O processo de consolidação do setor de educação no Brasil vai continuar em 2009, ainda que num ritmo menor do que nos anos anteriores. A expectativa dos especialistas é de que as aquisições sejam lideradas pelas empresas capitalizadas com a abertura de capital, que devem absorver instituições de menor porte, em situação financeira mais difícil por causa do possível aumento da evasão escolar e inadimplência motivados pelos efeitos esperados da crise, como queda no emprego e na renda.
Segundo relatório da Fator Corretora, as empresas devem reduzir no curto prazo o ímpeto por novas aquisições, mas vão buscar barganhas no médio e longo prazos. No relatório, a corretora avalia que a perspectiva de restrição ao crédito deve ser mais severa para as instituições de ensino pequenas, que passam a ter menos acesso a linhas de crédito para capital de giro.
O levantamento da Fator, atualizado até 5 de dezembro, envolvendo Kroton, Estácio, Anhanguera e SEB - empresas com capital aberto na Bovespa - aponta que as aquisições movimentaram R$ 652,4 milhões no ano passado, em 34 negociações de instituições de ensino superior, cursos preparatórios e colégios. O montante de alunos adquiridos por essas companhias, entre presenciais e à distância, atingiu 146,8 mil de estudantes.
Bem posicionadas
Na avaliação da Fator, as empresas listadas na Bovespa estão bem posicionadas para enfrentar os efeitos da crise econômica: estão capitalizadas, com baixa exposição cambial e com um potencial mercado em expansão. No entanto, a expansão do processo de aquisições deve perder força em 2009 na estratégia das companhias, quando comparado ao ano passado, dando maior espaço para o desempenho operacional, em busca da ampliação das margens.
De acordo com o relatório, a Anhanguera deve manter a liderança no processo de consolidação do setor, com um crescimento tanto orgânico quanto via aquisições, mas a concentração no público-alvo de jovens trabalhadores - mais sensíveis à crise - pode comprometer a rentabilidade do investimento.
Para a Estácio, a corretora prevê melhora na geração de caixa com consequência da recente reestruturação, o que poderia compensar a queda na demanda do setor.
O documento destaca que a Kroton, que desde o IPO fez 12 compras, tende a aumentar o número de alunos, em função do processo de maturação das novas aquisições. No entanto, a dificuldade no processo de incorporação dessas novas unidades, menos eficientes, pode ser demorado.
Em relação à SEB, a corretora estima crescimento em todas as área de atuação, que passam do ensino superior à distância, mas ressalta problemas na obtenção de certificação para o oferecimento de novas vagas de ensino superior.
Aquisições
O sócio da área de fusões e aquisições da KPMG Luis Motta, também aposta numa continuidade do processo de absorção de empresas da área, mas com as companhias procurando negociar valores menores nas operações. No ano passado, segundo Motta, o setor de educação teve 53 aquisições, ante 18 negócios de 2007.
O processo de compras deve ser generalizado por todas as regiões do País, levando as instituições a avançarem a Estados onde ainda não atuam, destaca o sócio da KPMG. Ele estima que as aquisições vão atingir empresas de vários valores. Em 2008, as negociações variaram de R$ 200 mil a R$ 259 milhões, no caso da compra de 20% do capital da Estácio Participações pelo Grupo GP Investments.
A diretora-geral para o Brasil da SunGard Higher Education, consultoria em estratégia e soluções de gerenciamento para instituições de ensino superior, Swinda Salazar-Piquemal, ressalta que as maiores dificuldades enfrentadas pelas universidades brasileiras são relacionadas à evasão e à inadimplência. Ela destaca ainda que o crescimento de instituições menores é comprometido pelos altos custos burocráticos e regulamentações governamentais.
Na "TV BLOGando", Jose Luiz Esteves, traçou em abril de 2008 um perfil do que ele designa: "Mercado de Capitais e o Negócio da Educação"
Postado por João José Saraiva da Fonseca em 24 de janeiro de 2009
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