Utilização de portafólios digitais

Utilização de portefólios digitais em contexto educativo

Acaba de ser editado um livro que aborda a problemática da utilização de portefólios digitais em contexto educativo.

Constitui uma das últimas actividades de disseminação do projecto DIGIFOLIO - "Portefólio Digital como estratégia de desenvolvimento profissional dos professores", um projecto Comenius/Socrates que decorreu entre 2005 e 2008 envolvendo universidades e instituições de formação de professores de diferentes países europeus.


Apresento aqui a Introdução, em português, do livro

"Portefólios electrónicos: um duplo desafio para os professores

A presente publicação aborda a problemática da utilização de portefólios digitais em contexto educativo e constitui uma das últimas actividades de disseminação do projecto Digifolio - Portfolio Digital como estratégia de desenvolvimento profissional dos professores, um projecto Comenius/Socrates que decorreu entre 2005 e 2008 e envolveu universidades e instituições de formação de professores de diferentes países europeus.

Tendo como núcleo central a reflexão sobre as potencialidades dos portefólios e das tecnologias digitais numa óptica de desenvolvimento profissional de professores, o projecto viria a terminar com a realização de um seminário internacional que tinha como objectivo dar a conhecer o trabalho desenvolvido, permitindo também que outros profissionais da educação contribuíssem com os seus testemunhos e reflexões sobre a referida problemática.

Embora nesta publicação apenas tenha sido possível incluir uma parte das comunicações apresentadas no encontro, parece-nos ser um conjunto representativo das reflexões e troca de ideias que aí puderam fazer os cerca de oitenta participantes oriundos de cerca de uma dezena de países onde a problemática dos portefólios electrónicos para fins educativos começa a estar na agenda do dia.

De facto, embora seja ainda muito ténue a experiência de utilização das tecnologias digitais ao serviço da criação e construção de portefólios em terreno educativo, como foi possível constatar no primeiro trabalho de levantamento e sistematização realizado nos diferentes países que integram o projecto Digifolio (Costa, Rodrigues & Peralta, 2006), são claros os sinais que apontam nessas direcção, pelo menos ao nível do discurso oficial e tanto para professores como para os próprios alunos.

Apesar das reconhecidas potencialidades nomeadamente em termos de estratégias de aprendizagem e de avaliação alternativas ao modo como tradicionalmente se organiza o trabalho escolar, na prática são diversas as dificuldades emergentes, uma vez que à óbvia exigência que a utilização de portefólios só por si implica, se vêm agora juntar as dificuldades resultantes do recurso às tecnologias digitais para a sua consecução.

Dificuldades que se colocam sobretudo aos professores que, não tendo tido preparação específica para a utilização pedagógica das novas tecnologias, necessitarão de um investimento suplementar tendo em vista o domínio das tecnologias e a compreensão de como elas poderão ajudar a alcançar os objectivos de aprendizagem delineados com a utilização desses portefólios.

É nessa linha que gostaríamos que esta obra fosse entendida, ou seja, a de permitir a reflexão quer sobre as potencialidades da utilização de portefólios ao serviço da aprendizagem, quer sobre o modo como as tecnologias digitais poderão servir esse objectivo.

Naturalmente que com abordagens e focos diferenciados e tendo como como referência contextos também muito diferentes, esperamos que os textos que a seguir se apresentam possam contribuir para a reflexão neste domínio e sejam também, no seu conjunto, um bom indicador do grau de concretização destas novas formas de ensinar e aprender.

No Capítulo 1 (Educational potential of electronic portfolios: from student learning to teacher professional )development), Maria João Gomes introduz a temática fazendo-nos perceber a importância de os portefólios serem uma estratégia de trabalho tanto para professores como para alunos e que, apesar de terem objectivos diferenciados, acabam por constituir uma oportunidade de aprendizagem em comum.

A seguir, no Capítulo 2 (Theoretical approach to the digital portfolio: a strategic method of knowledge management in the university), Maria Isabel Valdizán Garcia and Julio Mata Melo situam a problemática dos portefólios ao nível da universidade como resposta aos processos de ensino e aprendizagem aí tradicionalmente utilizados e aos desafios que implica o acesso ao conhecimento numa época dominada pelas tecnologias digitais e pelo seu enorme potencial nesse domínio em concreto.

No Capítulo 3 (The experience of a digital teaching portfolio as an orientation factor at the University of Burgos), Maria Sonia Frías González and Beatriz Izquierdo Ramírez exploram também o contexto universitário, relatando uma experiência de utilização de portefólios com professores em que o principal desafio parece situar-se ao nível das mudanças, nomeadamente de carácter metodológico, que é necessário operar.

Maria José Loureiro, António Moreira and Maria João Gomes debruçam-se, no Capítulo 4 (ePortfolios and eArgumentation), sobre as potencialidades que os ambientes de aprendizagem online e as ferramentas da Web 2.0 oferecem em termos de desenvolvimento da capacidade de argumentação dos alunos colocando essa mesma capacidade ao serviço da elaboração de portefólios mais ricos e significativos das aprendizagens efectuadas.

No Capítulo 5 (Digital portfolio as a strategy towards teachers’ professional development), Maria Adelina Laranjeiro, Cristovalina Afonso and João Carlos Sousa apresentam sumariamente o projecto Digifolio e sistematizam algumas tips that may be of help to teachers and students in the process of portfolio building.

No Capítulo 6 (Digital portfolio as a strategy for teacher’s professional development: lessons learned from an international course), Ruben Jans & Valère Awouters apresentam os objectivos e a organização de um curso de formação de professores desenvolvido no contexto do projecto Digifolio e no qual participaram cerca de duas dezenas de professores oriundos de diferentes países europeus.

A presentação de uma proposta de trabalho que permita a análise, pelos próprios professores, da potencialidade das diferentes tecnologias digitais para o objectivo de realização de portefólios é o tema do Capítulo 7 (Analysing ICT tools for portfolio educational goals), da responsabilidade de Fernando Albuquerque Costa and Elisabete Cruz.

Anne Wade, Philip C. Abrami, Elizabeth Meyer and Beverley White, documentam de forma detalhada no Capítulo 8 (ePEARL: Supporting learning using electronic portfolios), uma ferramenta expressamente construída para a elaboração de portefólios, por professores e alunos, e os princípios subjacentes à sua utilização.

No Capítulo 9 (Sing the digital portfolio as support in eyewitness subjects), Juan Casanova Correa, Francisco Pavón Rabasco and Montserrat Vargas Vergara sintetizam um estado realizado em 11 universidades espanholas sobre o uso de plataformas digitais e sua incorporação em actividades de avaliação.

Finalmente, no Capítulo 10 (The use of digital portfolios in Portugal), Fernando Albuquerque Costa, Maria Ângela Rodrigues, Maria Helena Peralta and Mónica Raleiras, apresentam o resultado de um levantamento sumário sobre a utilização de portefólios digitais, para fins educativos, em Portugal
".




Fonte: Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas (22/01/2009)

Postado por João José Saraiva da Fonseca em 22/01/2009

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