Educação e educação a distância na Sociedade da Informação
Educação e educação a distância na Sociedade da Informação
A Declaração Universal dos Direitos do Homem [J1] ao consagrar em 1948 o direito à educação reflete e reforça uma corrente de idéias que, do ponto de vista da prática e da política educativa, aponta para a necessidade de garantir o pleno desenvolvimento da personalidade humana através da igualdade de oportunidades no acesso ao ensino universalizado. De acordo com estas idéias, a educação deve garantir ao indivíduo, os instrumentos para a sua inserção participativa e transformadora na sociedade em que vive, o que significa o acesso de forma crítica ao conhecimento elaborado numa sociedade moderna, a vivência de formas de participação numa sociedade democrática e a construção de valores para o convívio numa sociedade solidária.
O desenvolvimento destas idéias apresenta-se intimamente ligado ao conceito de cidadania. A modernidade apresenta uma cidadania que introduz os princípios da liberdade e da igualdade perante a lei e universaliza os direitos. Em interligação com este processo histórico, assistiu-se a uma rápida evolução das tecnologias da informação e da comunicação, nomeadamente no último quartel do século XX, com a implementação da Sociedade da Informação, sustentada na idéia de uma necessidade permanente de tratamento e atualização da informação universalmente difundida. O acesso universal à educação não está porém unicamente relacionado com as políticas educativas e as tecnologias disponibilizadas. Como referido, só a prática educativa atenta aos valores do saber, saber-ser, saber-fazer e saber-conviver, importantes numa Sociedade da Informação, possibilita as condições para que a universalização do acesso seja complemento da universalização do sucesso escolar. Na persecução destes objetivos, as teorias pedagógicas atuais, abandonaram uma postura determinista na qual a educação aprimora aptidões inatas em cada indivíduo, passando a atribuir particular relevo aos fatores ambientais e sociais presentes e envolventes da educação. Neste sentido, o paradigma construtivista parece apresentar-se hoje como o que melhor satisfaz as exigências das práticas educativas. De acordo com o construtivismo, cada ser humano concebe a realidade envolvente de forma individual, a partir de um conjunto único de experiências. Em oposição à pedagogia tradicional, os indivíduos não se reconhecendo num padrão passivo, são críticos, exigentes e conscientes de suas metas, não se aceitando como receptores apáticos de um conhecimento produzido por outro, sem questionar e sem argumentar. A adoção dos princípios construtivistas, associadas à evolução das tecnologias da informação e da comunicação, encontram-se subjacentes ao desenvolvimento no âmbito da educação à distância, de práticas educativas flexíveis, visando aumentar a autonomia e a independência do indivíduo e criar as condições para que adquira "um passaporte para a vida", numa Sociedade da Informação justa e democrática.
Esta nova postura educativa aponta para uma nova faceta de cidadania, não apenas ligada à identificação do indivíduo, mas enquanto envolvimento critico do sujeito com a realidade, com plena posse dos seus direitos e a possibilidade concreta de exercitar os seus deveres sociais.
Os sistemas de ensino encontram dificuldades para corresponderem às exigências de universalização da educação ao longo de toda a vida, um desafio da Sociedade da Informação e condição cada vez condicionante do aproveitamento das potencialidades, inerentes ao exercício dos direitos de cidadania. A clareza da intervenção da escola nos domínios da formação da pessoa e do cidadão tem vindo a tornar-se cada vez mais explícita, num tempo em que as sociedades estão em mudança acelerada e se confrontam com uma menor estabilidade das matrizes de valores socialmente aceites. Este processo de explicitação das dimensões formativa e ética da educação oferecida pelos sistemas educativos instituídos, relaciona-se também com o alargamento da área de intervenção da escola e com a redefinição do seu papel social no tempo presente.
A educação à distância possibilita condições igualitárias de acesso à educação ao longo de toda a vida, aproveitando as oportunidades colocadas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação. A sua evolução está intimamente relacionada com os desafios de uma participação mais ativa do indivíduo enquanto cidadão no quadro da vida social e política, proporcionada pela educação. Em consonância com as oportunidades proporcionadas pela evolução das tecnologias da informação e da comunicação, a educação à distância tem se afirmado mundialmente como alternativa credível ao sistema de ensino tradicional, do ponto de vista logístico e da qualidade do ensino ministrado quer em termos das capacidades, mas também das atitudes e valores. De acordo com as práticas pedagógicas mais evoluídas ligadas ao construtivismo, atribui particular relevo à autonomia e independência do aluno, aspectos que na Sociedade da Informação têm grande relevo não só do ponto de vista do mercado de trabalho, como do enquadramento social.
[J1] O artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, refere: "Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito".
Texto de: João José Saraiva da Fonseca (texto elaborado em 2004)
Postado em 04 de janeiro de 2009 por João José Saraiva da Fonseca
A Declaração Universal dos Direitos do Homem [J1] ao consagrar em 1948 o direito à educação reflete e reforça uma corrente de idéias que, do ponto de vista da prática e da política educativa, aponta para a necessidade de garantir o pleno desenvolvimento da personalidade humana através da igualdade de oportunidades no acesso ao ensino universalizado. De acordo com estas idéias, a educação deve garantir ao indivíduo, os instrumentos para a sua inserção participativa e transformadora na sociedade em que vive, o que significa o acesso de forma crítica ao conhecimento elaborado numa sociedade moderna, a vivência de formas de participação numa sociedade democrática e a construção de valores para o convívio numa sociedade solidária.
O desenvolvimento destas idéias apresenta-se intimamente ligado ao conceito de cidadania. A modernidade apresenta uma cidadania que introduz os princípios da liberdade e da igualdade perante a lei e universaliza os direitos. Em interligação com este processo histórico, assistiu-se a uma rápida evolução das tecnologias da informação e da comunicação, nomeadamente no último quartel do século XX, com a implementação da Sociedade da Informação, sustentada na idéia de uma necessidade permanente de tratamento e atualização da informação universalmente difundida. O acesso universal à educação não está porém unicamente relacionado com as políticas educativas e as tecnologias disponibilizadas. Como referido, só a prática educativa atenta aos valores do saber, saber-ser, saber-fazer e saber-conviver, importantes numa Sociedade da Informação, possibilita as condições para que a universalização do acesso seja complemento da universalização do sucesso escolar. Na persecução destes objetivos, as teorias pedagógicas atuais, abandonaram uma postura determinista na qual a educação aprimora aptidões inatas em cada indivíduo, passando a atribuir particular relevo aos fatores ambientais e sociais presentes e envolventes da educação. Neste sentido, o paradigma construtivista parece apresentar-se hoje como o que melhor satisfaz as exigências das práticas educativas. De acordo com o construtivismo, cada ser humano concebe a realidade envolvente de forma individual, a partir de um conjunto único de experiências. Em oposição à pedagogia tradicional, os indivíduos não se reconhecendo num padrão passivo, são críticos, exigentes e conscientes de suas metas, não se aceitando como receptores apáticos de um conhecimento produzido por outro, sem questionar e sem argumentar. A adoção dos princípios construtivistas, associadas à evolução das tecnologias da informação e da comunicação, encontram-se subjacentes ao desenvolvimento no âmbito da educação à distância, de práticas educativas flexíveis, visando aumentar a autonomia e a independência do indivíduo e criar as condições para que adquira "um passaporte para a vida", numa Sociedade da Informação justa e democrática.
Esta nova postura educativa aponta para uma nova faceta de cidadania, não apenas ligada à identificação do indivíduo, mas enquanto envolvimento critico do sujeito com a realidade, com plena posse dos seus direitos e a possibilidade concreta de exercitar os seus deveres sociais.
Os sistemas de ensino encontram dificuldades para corresponderem às exigências de universalização da educação ao longo de toda a vida, um desafio da Sociedade da Informação e condição cada vez condicionante do aproveitamento das potencialidades, inerentes ao exercício dos direitos de cidadania. A clareza da intervenção da escola nos domínios da formação da pessoa e do cidadão tem vindo a tornar-se cada vez mais explícita, num tempo em que as sociedades estão em mudança acelerada e se confrontam com uma menor estabilidade das matrizes de valores socialmente aceites. Este processo de explicitação das dimensões formativa e ética da educação oferecida pelos sistemas educativos instituídos, relaciona-se também com o alargamento da área de intervenção da escola e com a redefinição do seu papel social no tempo presente.
A educação à distância possibilita condições igualitárias de acesso à educação ao longo de toda a vida, aproveitando as oportunidades colocadas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação. A sua evolução está intimamente relacionada com os desafios de uma participação mais ativa do indivíduo enquanto cidadão no quadro da vida social e política, proporcionada pela educação. Em consonância com as oportunidades proporcionadas pela evolução das tecnologias da informação e da comunicação, a educação à distância tem se afirmado mundialmente como alternativa credível ao sistema de ensino tradicional, do ponto de vista logístico e da qualidade do ensino ministrado quer em termos das capacidades, mas também das atitudes e valores. De acordo com as práticas pedagógicas mais evoluídas ligadas ao construtivismo, atribui particular relevo à autonomia e independência do aluno, aspectos que na Sociedade da Informação têm grande relevo não só do ponto de vista do mercado de trabalho, como do enquadramento social.
[J1] O artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, refere: "Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito".
Texto de: João José Saraiva da Fonseca (texto elaborado em 2004)
Postado em 04 de janeiro de 2009 por João José Saraiva da Fonseca
Comentários